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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


24.03.19

O ponto final da vida.


A morte prometida,


Sobre uma mesa empobrecida,


Quando os livros revoltados,


Descem a avenida,


Como soldados.


 


Pum. Fim da vida.


 


O silêncio.


Amo o silêncio dos pássaros, poisados nos teus lábios,


Doirados,


Doces,


Dos eternos namorados.


 


Grandes sábios.


 


Descem, sobem,


Sobem e descem,


 


Avenidas, ruas e ruelas,


Coitados,


Dos pássaros enamorados,


 


Entre lágrimas e velas.


 


Morre o poema na minha mão,


Sinto-lhe o esqueleto de dor, junto à noite,


Morrem todas as palavras do poema que morre na minha mão…


E coitadas…


Das janelas empoeiradas,


Velhinhas,


E, cansadas,


Como sexos apaixonados,


Nas sanzalas de prata,


A chuva miudinha,


Dos marinheiros em flor,


O cansaço, a desgraça do cio da madrugada,


Do meu primeiro amor.


 


Como eu quero escrever no teu corpo de sombra,


Na rua, uma montra,


Um par de calças esperando-me…


Sem saber que no final do dia,


Eu sentia,


A fórmula mágica das árvores apaixonadas,


As areias,


Os insectos envenenados pela fúria,


Não o sei, meu amor,


Nunca soube, meu amor,


Que o amor é uma merda,


Uma canção de revolta,


À volta,


Da fogueira.


 


Pum. fim da vida.


 


 


 


Francisco Luís Fontinha – Alijó


24/03/2019


15.04.18

Todos os dias apareço.


Todas as noites sou comido por uma língua de sombra,


 


Posso concluir que sou um sonâmbulo desorganizado,


Distante das estrelas,


Cansado do vento.


 


Cada osso meu,


Um poema teu,


 


O carrasco.


 


Não gosto do vento,


Porque o detesto,


Faz-me mal às palavras escritas,


Enquanto dormes.


 


E sonhas.


 


 


Francisco Luís Fontinha


Alijó, 15 de Abril de 2018


24.07.17

Parto feliz.


Deixo tudo nas tuas mãos, os velhos papeis, os livros… e a minha sombra.


Para onde vou, nada disso necessito…, apenas preciso de paz.


A fuga, depois da alvorada… para além do rio,


Uma caravela com velas de sonho,


Um pedacinho de solidão…


E lá vou eu, eu, feliz…


Parto feliz.


 


 


Francisco Luís Fontinha


Alijó, 24 de Julho de 2017


18.03.16

Uma janela de sombra


Suspensa no parapeito da saudade


O equinócio sonho


Atormentado


Espera os meus braços de granito


Um grito


E fujo


Salto a janela de sombra


Corro calçada abaixo


Até tocar o rio salgado pela inocência da noite


E sou apedrejado


Pelos barcos em silêncio…


 


Francisco Luís Fontinha


sexta-feira, 18 de Março de 2016


04.11.15

a sombra


em teu sorriso vermelho


sem destino nos meus lábios


entre marés de Inverno


e noites de Inferno


traz o sofrimento desejado


inventa no meu corpo a alma desajeitada


que só os fantasmas conseguem ouvir


na madrugada


da sombra


na sombra


em teu sorriso vermelho


a rosa de papel com odor a silêncio


teus beijos


sem triangulares janelas


onde poisas os teus seios


quando passa na Calçada


o quadrado a recta e o sonâmbulo embriagado


a sombra


na triste roda dentada


aqui


ali


longe de mim…


sentada


à minha espera sabendo que eu não regressarei nunca


aos teus braços


às tuas mãos…


nunca


a sombra


em teu


sorriso


vermelho


se ausentou do meu destino


 


Francisco Luís Fontinha – Alijó


quarta-feira, 4 de Novembro de 2015

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