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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


29.05.23

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Regressa a noite

Regressa a noite a este corpo sonâmbulo

Deste corpo mergulhado no silêncio

Que transporta a noite

A abraça

E a deita junto ao mar,

 

Regressa a noite

E traz com ela

Tudo o que é bom…

Que só a noite tem

Que só a noite sabe,

 

Só a noite contém.

Regressa a noite

Da outra noite regressada

Que partiu de uma outra noite

A noite ausentada,

Regressa a noite

Depois regressa a madrugada…

E acorda a tristeza.

 

 

 

Luís

29/05/2023


29.05.23

20230529_222439.jpg

Morre o mar

Nos teus olhos salgados

Morre o sono

Nos teus lábios pincelados de tristeza,

Morre a noite

Na tua mão

Morre a noite na tua mão

Meu amor,

Morre a noite anterior

E a noite que já penhoramos…

Morre no teu púbis

Toda a poesia que escrevo

Porque também ela

Meu amor

Morre como morre o mar

Nos teus olhos salgados,

 

Nos teus olhos de sonhar.

Morre o mar

Meu amor,

Morre o mar nos teus seios prateados…

Daquele mar

Teus olhos salgados

Que morrem

Como o mar,

Com o mar…

Dos dias sonhados,

 

Morre o mar

Meu amor,

Morre o mar nos teus olhos…

Morre a lua

Meu amor…

Morre a lua na tua boca,

Dos dias que não somos

Aos dias que parecemos,

 

Morre o mar

Nos teus olhos salgados

Morre o sono

Nos teus lábios pincelados de tristeza,

Morre o mar

Meu amor,

Meu amor…

 

 

 

 

Francisco

29/05/2023


29.05.23

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Não sei se o vento me quer

Se o vento me quer levar

Para outra cidade

Para outro mar

 

Não sei se o vento tem paciência

E vontade

De me levar

Para sempre

E sempre

Para outro mar

 

Não sei se o vento

Esses tal de vento

Homem

Mulher

Ou pensamento

Tem paciência

Tem alimento

Para me dar

E levar

Levar para outro mar.

 

 

 

 

Luís

29/05/2023


29.05.23

Tudo arde

Tudo arde nesta mão de cera

Tudo arde

Tudo arde no meu coração

Sem nome

Tudo arde

Arde na minha mão

Na minha mão com fome,

 

Tudo arde

Quando se ergue a manhã

E da minha mão de cera

Fogem as primeiras lágrimas de luz

E tudo arde

Nesta mão

Desta mão que conduz,

 

Tudo arde

Dentro do silêncio

Quando esta lareia apelidada de vida…

Habita o Oceano mais profundo…

Tudo

Este mundo

Arde

Na minha mão

Desta mão covarde.

 

 

 

Francisco

29/05/12023


29.05.23

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Todos os dias

Destes pequenos dias

Oiço a voz do silêncio

Quando lá fora

Distante

As matrizes transpostas da insónia

Escondem-se do sono

 

Todos os dias

Destes pequenos dias

Há um pequeno viajante

Que parte

Outro

Outro que regressa

E a vida é assim mesmo

Uns partem

Outros

Outros regressam

 

E a nossa vida

A minha vida

É uma recta

Com um ponto de partida

Com outro ponto de chegada

E parto

E regresso

Nesta vida

 

 

 

 

Luís

29/05/2023

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