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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


09.04.19

Desenho o círculo, o quadrado e o triângulo, nos teus lábios de papel quadriculado,


Escrevo-te enquanto brincas na chuva, como uma criança mimada,


Tenho pena dos jardins e das flores,


Quando me sinto abandonado,


Pela tempestade, quando acorda a madrugada,


Na sanzala dos amores.


Leio-te.


Todas as palavras escritas no teu corpo de cerâmica, e na tua pele, o perfume do silêncio amargurado,


Leio-te, como se fosses um livro de poesia,


Quando o poeta está triste,


Com heresia,


Na chuvinha que não resiste,


Ao beijo da alvorada.


Sinto a paixão das palavras no meu corpo cansado.


Desenho o círculo, o quadrado e o triângulo, nos teus lábios de papel quadriculado,


Percorro socalcos,


Pego no xisto,


Sei que existo,


Porque dos teus lábios, brotam a neblina da loucura,


Na cidade, encontro-me encurralado,


Como uma arma de fogo, uma navalha… apontada ao Sol,


E, no entanto, gosto das nuvens de algodão.


Tenho na mão o fogo do amor,


As luvas da paixão,


Tenho na mão a dor,


Quando a espada se entranha no chão.


O círculo,


O quadrado,


O triângulo…


Todos.


Apaixonados.


Todos.


Cansados.


 


 


 


Francisco Luís Fontinha – Alijó


09/04/2019


02.09.16

Sobre a poeira adormecida,


Deito o meu corpo putrefacto,


Cansado da escuridão,


Sobre a poeira esquecida,


Caminho inventando ruas…


E solstícios de solidão,


Sobre a poeira da vida…


Os míseros sorrisos do amor,


Que invadem na noite o meu coração,


Sobre a poeira emagrecida,


Sinto o teu corpo em papel…


Ardendo na fogueira minha mão,


Sobre a poeira ardida…


Os meus braços de xisto algemado…


Galgando as planícies do Verão.


 


Francisco Luís Fontinha


sexta-feira, 2 de Setembro de 2016

...


27.02.15

Os outros, o monstro das quatro cabeças brincando dentro de mim, saltava à corda, subia aos pinheiros pintados em papel cenário..., e havia sempre um pigmentado sorriso nos seus lábios, era Sexta-feira, daquelas Sextas-feiras que iluminam as imagens a preto e branco, o sono, a agonia de olhar o mar desenhado numa das paredes do quarto, escuro, ainda boiava a noite nas veias da adrenalina constelação do amor, aquele amor inventado apenas para adormecer na poesia, nada mais do que isso...


Isso o quê, meu amor!


Os outros, o monstro


Batem à porta,


Livros, livros nas mãos cardume do carteiro, assine aqui se faz favor, assinei, foi-se embora, escondido no arvoredo comecei a acariciar o envelope, lá dentro percebia-se que alguém existia para me abraçar, daqueles abraços trigonométricos, sabes?


Sei, os outros, o monstro, a perfeita nostalgia ,sebes de papel laminado voando sobre o jardim


O gajo passou-se, dizem...


Que sim, livros, Isso o quê, meu amor! Batem à porta, e falou comigo.


 


 


 


(ficção)


Francisco Luís Fontinha – Alijó


Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2015


28.09.14

Se eu voasse


não atravessava o Oceano para em ti poisar...


 


se eu voasse


não me levantava deste banco de silêncio


com mãos de pérola adormecida


não gritava


não... não chorava


porque as palavras são searas de insónia sobre um papel queimado,


 


um punhado de trigo


voando


sonhando...


na planície dos corpos embalsamados,


 


se eu voasse


não atravessava o Oceano para em ti poisar...


 


não escrevia


não lia...


não


não acreditava no amanhecer amar!


 


 


Francisco Luís Fontinha – Alijó


Domingo, 28 de Setembro de 2014


07.02.14



foto de: A&M ART and Photos


 


Hoje preciso de sorrir,


simplesmente... hoje, um simples olhar, como as pálpebras do silêncio entranhada nos teus olhos,


hoje sinto-me como uma gaivota apaixonada,


alegre,


não cansada, pelo contrário... cessaram os cansaços,


os... cessaram os triste segundos de tristeza...


hoje, hoje apenas um sorriso,


hoje... como ontem sentíamos os desejos em pequenos pedaços de papel...


 


 


@Francisco Luís Fontinha – Alijó


Sexta-feira, 7 de Fevereiro de2014


(só agora percebi que tenho andado a publicar poemas escritos em Fevereiro e coloco-lhes a data de Janeiro... coisas da vida)


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