17.09.23
Escrevo no teu peito o postulado da equação de Deus, na revolta dos teus seios em direcção ao exército da insónia, recordo a primeira equação da equação de Deus, e como poderei esquecer, se a escrevi no teu seio esquerdo, e como poderei me esquecer da integral do desejo, depois de elevar a raiz cúbica da paixão, à decima quinta potência de Zeus, perceber que pouco ou nada restou, a não ser, que tudo, mas tudo mesmo, é apenas a unidade.
O uno.
O uno divisível, que mesmo dividido em milhões de pedacinhos, será sempre o uno, o homem, o filho de Deus.
Escrevo no teu peito e de alguma coisa me vou esquecer.
Esqueci o teu nome, quando o escrevi milhares de vezes no folheto do meu coração, esqueci os teus olhos, o teu cabelo, sem cabelo, do vento, ao vento, entre mim e as primeiras lágrimas da manhã
Depois, traçamos uma recta de (A) até (B), e da equação dessa recta multiplicamos a integral solucionada na tarde passada,
Pifou, o gajo.
Escrevo no teu peito, SOCORRO, como se estivesse a ser perseguido pela revolta das enxadas do nosso querido Douro,
Oiço-os, sinto-os, lá longe, muito longe
Todos aqueles que morreram no Douro.
Escrevo no teu peito o postulado da equação de Deus, percebo que é complexa, percebo que este meu pobre computador nunca conseguirá encontrar uma solução, a não ser…
Voar sobre o mar.
E morrer no mar.
Escrevo no teu peito a sinceridade da noite, que aos poucos se entranha nos ossos, como lâminas de geada, como saliva misturada com aparas de madeira, o lápis sobre a mesa, a folha movimenta-se, eu escrevo no teu peito, o lápis esconde-se na minha mão, e tu,
Dormes sobre mim.
Escrevo no teu peito a maré que regressa, do Deus que se afasta, e me persegue enquanto não lhe resolver a equação,
Pifou, o gajo.
Voar sobre o mar.
E morrer no mar.
Escrevo no teu peito o postulado da equação de Deus, na revolta dos teus seios em direcção ao exército da insónia, recordo a primeira equação da equação de Deus, e como poderei esquecer, se a escrevi no teu seio esquerdo, e como poderei me esquecer da integral do desejo, depois de elevar a raiz cúbica da paixão, à decima quinta potência de Zeus, perceber que pouco ou nada restou, a não ser, que tudo, mas tudo mesmo, é apenas uma sombra abraçada à unidade; somos apenas Zeros e Uns. Somos código binário.
17/09/2023
(Ficção)