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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


30.10.23

Ofereço-te esta flor

Que aos poucos acorda neste poema

Ofereço-te esta flor

Sabendo que na planície acorda o cacimbo

E o cheiro do capim

Poisa na minha mão.

 

Brinco contigo

Pequenino charco de lama e saudade…

Que às vezes salta para cima do zincado telhado do musseque…

Aos poucos me afasto

Aos poucos escondo esta flor

Para te a oferecer,

Quando acordar a manhã,

E depois de um beijo no teu ombro,

Poiso-a docemente nos teus lábios.

 

Oferece-to esta flor

Logo que termine o poema

Como se os meus poemas tenham um fim,

Começo, e morte.

Como se os meus poemas

Fossem um pedacinho de terra fértil

Em pequenos sorrisos depois das chuvas.

Ofereço-te esta flor

Que aos poucos acorda neste poema

Ofereço-te esta flor

Sabendo que na planície acorda o cacimbo

E o cheiro do capim

Poisa na minha mão…

E ao longe, aceno ao Mussulo.

 

 

30/10/2023


28.10.23

Desenho o fatídico beijo nos teus lábios de mel

Dos teus lábios poéticos

Do dia que não quer acordar

E no meu peito

Sinto os teus olhos de mar,

 

Desenho o beijo

Em teus lábios de mel

Manhã sonolenta

Manhã quase perfeita

Nas tuas doces mãos de seda,

 

Nas tuas doces mão de feiticeira

Quando desenho o beijo

Transparente

Leve como um pequeno suspiro

Quando inventas um sorriso,

 

Desenho o beijo

O fatídico beijo

Em teus lábios de mel

Nos teus lábios em desejo

Por palavras,

 

Sombras nos teus lábios

Beijo envenenado que desenho

Em teus lábios de mel

Em teus lábios de purpura insónia…

Quando a insónia é uma caverna de prazer.

 

 

28/10/2023


26.10.23

São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos que iluminam este túnel frio e escuro,

Que alguém apelidou de vida.

São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos que me servem o pequeno-almoço do desejo,

De olhar os teus olhos.

 

São os teus olhos, meu amor,

O primeiro poema da manhã, mesmo quando a manhã se esquece de acordar,

E os teus olhos me abraçam,

E os teus olhos me lançam ao mar…

São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos o primeiro ramo de flores que recebo, pela manhã,

 

 

 

26/10/2023


26.10.23

Silêncio

Tuas mãos em meu rosto

Tuas mãos abraçadas ao meu coração

Teus lábios de Agosto

Quando o mar se veste de canção,

 

Silêncio

Quando o mar é a luz do meu amanhecer

E dos teus olhos recebo a manhã em despedida

Que não se cansa de crescer

Que não tem medo da partida,

 

Silêncio

Tuas mãos em meu rosto

Teu sorriso embriagado em maré diáfana

Meu silêncio desgosto

De ver partir a manhã profana.

 

 

 

26/10/2023


16.10.23

O que posso esperar

Depois de um dia de chuva

O que espero eu

Desta cidade envenenada

Nesta cidade de latidos

De gritos

De suspiros

 

O que posso esperar

Depois de um dia de chuva

O que me espera

Depois de um dia de chuva

Sentar-me?

Fumar-me?

Beber-me?

O que posso esperar

Eu

Depois de um dia de chuva

 

Depois de uma morte anunciada

O que posso esperar eu

Depois de um dia de chuva

Enquanto a noite regressa

Lentamente ao meu corpo

E espero

Que as estrelas em papel

Se transformem em mel

 

O que posso esperar

Depois de um dia de chuva

Quando os pássaros já dormem

E eu

Sei que não dormirei

 

Enquanto espero pelo que me espera…

Depois de um dia de chuva.

 

 

16/10/2023

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