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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


11.02.23

Uma cegonha de luz poisa no teu doce olhar,
Como Cristo suspenso na cruz,
Da cruz onde pincela de lágrimas os teus lábios de mar,

 

E se o teu Deus o permitir,

Quando acordarem as manhãs ensonadas,

As tuas manhãs ensonadas,

Todos os pássaros vão fingir,

Todos os pássaros vão voar…

Voar em tuas madrugadas.

 

 

Alijó, 11/02/2023

Francisco Luís Fontinha


02.01.23

Desta maré sem nome

Um pedacinho de mel voa nas palavras

E da mão do poeta

A mão que inquieta as madrugadas

Nasce o poema luar,

 

E este pedacinho de mel

De lágrimas nos lábios

Rouba as palavras ao poeta…

O poeta que com a mão inquieta as madrugadas,

 

As madrugadas de um pedacinho de mel.

 

 

 

Alijó, 02/01/2023

Francisco Luís Fontinha


14.12.22

As palavras dos teus olhos

São as palavras dos meus lábios

São as palavras da minha mão…

 

Os meus olhos

São os desenhos dos teus olhos

São as palavras da tua mão

São palavras

São música no coração,

 

As palavras dos teus olhos

São as palavras semeadas

Nesta alegre e frágil folha de papel,

 

As palavras dos teus olhos…

São a janela de todas as madrugadas

São só palavras

Palavras,

 

Palavras e mais nada.

 

 

Alijó, 14/12/2022

Francisco Luís Fontinha


23.11.22

Dêem-me asas que eu voo

Dêem-me um pedacinho de terra

Que eu construo o mais belo jardim

Deste amigo poema

Cansado de mim.

 

Dêem-me a lua

Para pintar nos seus olhos

Os cortinados da manhã

Quando o mar se despede

Quando o mar morre na minha mão.

 

Dêem-me o silêncio das árvores embriagadas

E nelas

Posso desenhar os pássaros e todas as madrugadas

Dêem-me a voz

Para bem alto gritar.

 

Dêem-me a morte

A má sorte

Dêem-me essa canção de revolta

Para eu subir à montanha mais alta

E sentar-me enquanto te olho.

 

Dêem-me as pedras e as ribeiras

Os livros e as amarras da solidão

Dêem-me tudo e não me dêem nada

Mas não me tirem as palavras

Que escrevo na madrugada.

 

 

Alijó, 23/11/2022

Francisco


28.10.22

Não me abraces

Porque sou um poema envenenado

Habito nesta cidade das mentiras palavras

Não me habites

Tristes madrugadas

 

Das pobres flores semeadas

Não me abraces

Enquanto oiço as lágrimas dos teus olhos

Que dormem nestas mãos de pequenos nadas

Destas mãos sem palavras

 

 

Alijó, 28/10/2022

Francisco Luís Fontinha

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