18.04.22
Francisco Luís Fontinha
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18.04.22
Francisco Luís Fontinha
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16.04.22
03.08.21
Há um corpo de rosas
Pincelando os meus braços.
Lábios de espuma
Abraçados ao meu sorriso,
Há um corpo recheado de palavras
Que brincam no meu olhar,
A bruma,
Nos seios do mar.
Há um silêncio amanhecer
Que me ilumina,
Desenha e,
Alimenta na alvorada,
Há um corpo de rosas
Pincelando a madrugada.
Há a sombra das sílabas
Voando sobre o meu cabelo,
De vento em vento,
De socalco em socalco,
Semeando o medo,
O medo invisível dos rochedos envenenados pela paixão;
Há o teu corpo veneno,
Descendo a noite cinzenta da cidade,
Há no teu corpo o sorriso…
O sorriso da felicidade.
Há na minha janela o retracto de uma infância feliz,
Quando as palavras te pertenciam,
Há no teu corpo um grito,
Do cio que pincelo até às nuvens que fugiam.
Há um corpo vazio,
Recheado de flores,
Palavras,
Amores;
Há um corpo. O teu. Todas as noites na minha mão.
Há um corpo a preto e branco,
Que só a tela da saudade consegue escrever,
Na noite,
A mão que te faz crescer.
Francisco Luís Fontinha, Alijó – 03/08/2021
17.01.21
Flui o amor
Na rosa pétala geada,
Nasce nos teus lábios o sabor a amêndoa cansada.
Desparece a madrugada,
Nas páginas do poema flor;
Eis a manhã do meu sonhar.
Todas as horas e, todos os relógios a cantar,
Todas as flores na tua mão
Dançando a cantiga de embalar…
Flui o amor
Na rosa pétala geada,
Entre conversas de conversar
Entre murmúrios de adormecer.
Pobre coração!
O teu.
Janela para o jardim do amor,
Fotografia em flor,
Máquina volátil de enganar,
Revoltam-se todas as flores
Deste jardim de madrugar.
Flui, flui o amor
Nesta mão pétala rosa geada,
Canção de embalar,
Sorriso de nevão,
Cantiga,
Lágrima água ao acordar;
Dai-me a vossa mão,
Senhor, senhora, menina de brincar.
O doce lençol de linho,
Na triste cama da Donzela adormecida,
Menino,
Menina…
Foto muito querida.
Flores,
Paus,
Pedras de atirar,
Canções de mendigar
Quando a aldeia está a arder,
O fumo alimenta-a
Como todas as rochas de sofrer.
Encontrarás um dia o alegre destino?
Só aos Sábados,
Só aos Sábados, menino.
Francisco Luís Fontinha, Alijó-17/01/2021
10.06.18
Perdeste o sentido da vida. Alimentas-te de sorrisos e lágrimas e empunhas para mim o teu cigarro suicidado, tosco, escaldante Domingo na triste madrugada.
STOP… meu amor; STOP.
Fotografia censurada pelo Facebook
06.03.15
O acrílico beijo
na tela do desejo
sem medo de perder
o acordar da madrugada
ele abre a janela
e percebe que afinal...
a madrugada é um fantasma
uma coisa de nada
sombras
silêncios
e
e abraços na escuridão
ela sabe que os dias morrem
e nas aldeias de granito
habitam pássaros de papel
coloridos
aventuras
sem destino
acorrentados aos gritos da caverna do adeus
ela sabe que os dias
poucos
nenhuns
absorvem a luz
disparada por um olhar invisível
e no entanto
o beijo transforma-se em fotografia
negra
como o poço da morte
na infância de uma cidade perdida
há nos seus lábios abelhas
e pincelados corações de pólen
e voam
poucos
nenhuns...
homens conseguem entranhar-se no seu corpo
e ela desaparece em cada avenida do sofrimento.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 6 de Março de 2015
23.01.15
As imagens tridimensionais da fotografia a preto e branco
há no seu rosto a melancolia da cúbica equação
as sílabas castanhas do primeiro amor
a equação em dor
a metáfora linhagem do sangue embriagado
cintilando
amar
não tenho vida
sou um desabitado eterno apaixonado...
pelas palavras
sorrisos
e riscos
havia outro comboio para regressar aos teus lábios
perdi-o passivamente
como um gladíolo adormecido
derrubei muros invisíveis
palhotas de silencio
antes de nascer o dia
fui habitante da cidade dos mabecos
menino desenhando círculos
na húmida saudade
que só a chuva consegue abraçar...
e hoje
hoje pertenço às imagens tridimensionais da fotografia a preto e branco.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 23 de Janeiro de 2015
01.01.15
(desenho de Francisco Luís Fontinha)
deixei de sentir a tua fotografia nos meus lábios
vi uma lágrima de vácuo galgando o teu rosto
em direcção ao mar
pertencíamos aos peixes sem asas
brincando sobre a árvore das palavras
havia uma tempestade de aço
sobre as tuas pálpebras amordaçadas
e não sabíamos que o amor era um fugitivo
um cadastrado destino
um homem suspenso na gravata dos cintilantes amanheceres
um cadastrado destino
acorrentado à tua fotografia
sem tu o saberes
perdemos os abraços
os beijos
e as caricias defeituosas da madrugada
perdemos o orgasmo literário de uma janela em Belém
sem tu o saberes
a noite construída de infinitos gemidos
e nem tempo tivemos para desamarrar o luar que nos cercava...
o fugitivo amor
um cadastrado destino
a noite construída de mimos
e armadilhas
e simples ruínas
como o vómito da cidade depois de acordar...
sem tu o saberes
o exilado casaco de couro balançando na ponte da angústia
o cheiro sulfuroso das avenidas em flor...
e da tua fotografia que vivia alicerçada aos meus lábios...
nada
desapareceu na neblina
talvez cansada
talvez... talvez
talvez ensanguentada nas mãos em ciúme.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 1 de Janeiro de 2015
14.12.14
(desenho de Francisco Luís Fontinha)
Sinto as tuas finíssimas lâminas de agonia
sobre os meus ombros de xisto
tenho nos versos a enxada do silêncio
e no peito a espada do cansaço
sinto as tuas lágrimas de estanho
descendo a calçada
como uma fotografia
morta
rasgada
e a noite constrói-se no teu cabelo
sempre que um relógio engasgado
adormece no pulso da insónia,
não existem imagens nas minhas mãos
tenho medo da cidade depois de se erguer a madrugada
sinto as tuas finíssimas lâminas de agonia
sinto as tuas lágrimas de estanho
nesta triste parede embriagada
pelo medo
pelo tédio...
morta
rasgada
uma algibeira sem nome
perdida na estrada
sem nome... esquecida na perpétua estátua da liberdade.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 14 de Dezembro de 2014
04.12.14
A lentidão do desejo sonífero
que mergulha nos teus abraços sem sentido
o espelho da insignificância em pedaços de papel
que do vento regressam os fios loucos do teu cabelo iluminado pelo luar
trazem alegria
trazem poesia...
e tu pareces não perceber
que a lentidão do desejo
é uma digital fotografia
que arde
e que grita
a cada novo dia...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 4 de Novembro de 2014
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