03.02.23
Às vezes, são as palavras que não acordam,
Dormem profundamente no silêncio de uma flor,
Outras vezes, são as manhãs dos alegres sorrisos
Que descem do céu e poisam junto ao rio,
Às vezes, olho os pássaros que habitam no teu cabelo,
Árvore sofrida do Inverno…
E nas outras vezes,
Aquelas vezes em que esqueço, das vezes que recordo…
A mão do sono,
E percebo que de todas as vezes, tantas vezes,
O meu corpo balança nos teus lábios,
Dos teus lábios,
Que às vezes, de quase todas as vezes,
Roubo os beijos,
Todos os beijos que de tantas vezes…
Em todas as vezes,
Desenham em mim…
Escrevem em mim…
O pôr-do-sol,
Nas vezes que me sentei,
Nesta pedra de silêncio…
Desta pedra onde chorei;
Às vezes, são as palavras que não acordam,
Dormem profundamente no silêncio de uma flor,
Quando das tuas mãos, meu amor,
Das tuas mãos em delírio…
Regressam a mim as estrelas.
Alijó, 03/02/2023
Francisco Luís Fontinha