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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


08.12.22

Tatuar o teu corpo

Com a minha boca

Nas tuas costas

No canto superior direito

Tatuava o sol

 

Ao centro

Podia tatuar o mar

E os barcos da minha infância

 

Ao fundo

No canto inferior esquerdo

Junto à nádega

Tatuava a lua

E o luar

 

Nas tuas coxas

Tatuava a noite

E todas as estrelas que tem a noite (tantas estrelas tem a noite, meu amor)

 

Depois

Escrever no teu corpo

 

Nos teus lábios

Escrevo desejo

Beijo

Nos teus olhos

Quando estão poisados na maré

Escrevo paixão

No teu peito

Posso escreve o silêncio

Quando dorme nos braços do mais belo pôr-do-sol

Depois

Pego na tua mão

Cerro os olhos

E escrevo; amo-te.

 

 

 

 

 

Alijó, 08/12/2022

Francisco Luís Fontinha


17.10.22

Escrevo-te, enquanto acorda em mim

O triste silêncio da manhã,

E perco-me nos teus lábios,

Seara madrugada

Dos meus tristes pecados,

 

Escrevo-te, enquanto as minhas palavras

Acordam nos teus olhos silenciados

Pelo alegre luar,

Escrevo-te, enquanto olho este mar

Que leva para longe todas as minhas madrugadas,

 

E são infinitas.

Escrevo-te, janela lunar

Dos medos envenenados,

No corpo complexo e invisível

Dos bosques em esconderijo abraço,

 

Escrevo-te, milhafre

Das tardes junto ao rio,

Nas montanhas do Adeus…

Escrevo-te, poema milagre,

Que poisa sobre ti,

 

Antes de terminar o dia.

Escrevo-te, carta sem destinatário,

Menino dos calções…

Enquanto fugias da lareira

Das noites frias de Inverno.

 

 

Alijó, 17/10/2022

Francisco Luís Fontinha


07.08.22

Ergue-te do silêncio de voar,

Ergue-te das palavras que semeias

No corpo da tua amada;

Ergue-te das sombras da madrugada

E das marés onde vagueias…

Ergue-te, ergue-te do sorriso mar.

 

Ergue-te das planícies de adormecer,

Ergue-te da noite e do luar

E das estrelas cansadas,

Ergue-te das tristes madrugadas

Onde escreves as palavras de amar…

Ergue-te enquanto o amor viver.

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 07/08/2022


22.12.21

Cinzento azul teu olhar

Entre paredes e janelas,

Cinzento azul espelho mar,

De marés tão belas.

 

Das palavras de escrever

Às almas predicadas,

Nos poemas de sofrer,

Sofrer nas madrugadas.

 

Traz a luz da manhã adormecida,

Traz o crucifixo doirado…

Não tenhas medo da partida,

 

E vai em busca da felicidade.

Pinta a noite de encarnado,

De encarnado sem vaidade.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 22/12/2021


11.11.21

Onde habitam os pássaros

Dos teus lábios

Que voavam nas árvores da minha boca,

Meu amor!

O que fazem os pássaros

Dos teus lábios

Quando na minha boca, meu amor,

Habitam as flores do teu sorriso!

Como se sentem, meu amor,

Os pássaros do teu cabelo,

Quando nos meus braços,

Habitam o silêncio e o desejo!

O que sentem os pássaros

Dos teus seios,

Quando nas minhas mãos,

Habitam os pássaros de escrever!

E dos pássaros das tuas coxas,

Quando se abraçam

Aos pássaros da minha noite,

Sabendo que os pássaros

Do meu silêncio,

São os pássaros de amar,

São os pássaros de beijar…

Como serão os pássaros

Do teu olhar,

Quando os pássaros do meu escrever,

Se sentam junto ao mar,

E, se abraçam até que acorde o luar,

E nasçam os pássaros de viver.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 11/11/2021

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