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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


28.09.23

Desenho no teu ombro um beijo

Pego a tua mão de silêncio amedrontado

Acaricio-a e escrevo nela

O quanto te amo

E desejo dentro deste pequeno círculo de insónia

Perco-me e olho o tecto onde está pintado o mar

Oiço a tua respiração ofegante

Dos cigarros fumados

Aos cigarros que nos vão matar…

Pego na tua mão

E beijo o teu sonolento ombro

Como se fosse uma espada de medo

Em guerra com todas as árvores da floresta

 

Beijos os teus lábios

Tu olhas-me e beijas a minha mão

Mão que grita e escorraça a escuridão do nosso leito…

Mão que pega no lençol do desejo

E o esconde no teu ventre

Desenho no teu ombro um beijo

Pego a tua mão de silêncio amedrontado

Acaricio-a e escrevo nela

O quanto te amo

Dentro desta planície de palavras

Que te as ofereço

Embrulhadas nos meus beijos;

Amo-te.

 

 

28/09/2023


02.07.23

20230702_164616.jpg

Dos teus lábios

Ausenta-se o silêncio em espuma

Crescem nos teus lábios

Oceanos

E bruma,

Planetas e exoplanetas….

Astrolábios

Barcos de guerra

E Galiões saltitantes,

Nos teus lábios

Há uma lágrima de sono

Que se mata,

Um cigarro confundido…

Que dispara contra a madrugada,

Dos teus lábios

Ausentam-se as estrelas inventadas,

As estrelas acorrentadas…

E as restantes estrelas,

Que não sendo estrelas…

Acreditam que são uma estrela,

Nos teus lábios

Acorda um desenho

Despe-se o Pôr-do-sol…

E ao longe,

Regressa o barco da solidão…

Dos teus lábios

Nos teus lábios

Há um livro…

Há um livro com um poema…

Há um livro com um poema e dentro desse poema…

Há um livro com um poema e dentro desse poema um outro poema…

Que me diz,

Que me segreda…

Que dos teus lábios…

Há um Oceano de beijos.

 

 

 

02/07/2023

Francisco Luís Fontinha


09.04.23

Podia beijar o Universo

Podia beijar todas as estrelas do Universo

E todas as flores do Universo

No entanto

Não trocava os teus lábios de mel

Quando a madrugada se deita na Primavera

Não trocava os teus lábios em desejo mar

Por todos os beijos do universo

 

E no entanto

Podia beijar o Universo

Todas as estrelas do Universo

E Deus

Deus que numa noite em desejo…

Criou todo o Universo

Para eu beijar

 

Podia beijar o Universo

Podia beijar todos os mares do Universo

E todas as árvores do Universo

E todos os peixes do Universo

E todos

Todos os pássaros do Universo

No entanto

Não trocava beijar os teus seios

Janela da maternidade

Mar da Tranquilidade

Nas noites em luar

Por tudo aquilo que o Universo me dá

 

Podia beijar o Universo

E todas as equações do Universo

Podia beijar o sol e a lua

Podia beijar o silêncio

E a paixão

Podia beijar o Universo

Todas as estrelas do Universo

E todos os buracos negros do Universo

Podia beijar tudo isso

Podia

No entanto

Prefiro beijar cada milímetro do teu corpo

Cada centímetro quadrado da tua pele em perfeito delírio

Podia

Mas sabes

Meu amor

Quero lá saber do Universo…

E dos beijos do Universo

Quando tu

Tu és o meu Universo.

 

 

 

 

Alijó, 09/04/2023

Francisco Luís Fontinha


03.02.23

Às vezes, são as palavras que não acordam,

Dormem profundamente no silêncio de uma flor,

Outras vezes, são as manhãs dos alegres sorrisos

Que descem do céu e poisam junto ao rio,

Às vezes, olho os pássaros que habitam no teu cabelo,

Árvore sofrida do Inverno…

 

E nas outras vezes,

Aquelas vezes em que esqueço, das vezes que recordo…

A mão do sono,

E percebo que de todas as vezes, tantas vezes,

O meu corpo balança nos teus lábios,

 

Dos teus lábios,

Que às vezes, de quase todas as vezes,

Roubo os beijos,

Todos os beijos que de tantas vezes…

Em todas as vezes,

Desenham em mim…

Escrevem em mim…

O pôr-do-sol,

 

Nas vezes que me sentei,

Nesta pedra de silêncio…

Desta pedra onde chorei;

Às vezes, são as palavras que não acordam,

Dormem profundamente no silêncio de uma flor,

Quando das tuas mãos, meu amor,

Das tuas mãos em delírio…

Regressam a mim as estrelas.

 

 

 

 

Alijó, 03/02/2023

Francisco Luís Fontinha


02.02.23

Se eu pudesse,

Desenhava o sol no teu olhar

Quando a manhã fria e submersa na minha mão

Corre calçada abaixo em direcção ao mar,

Se eu pudesse,

Poisava o luar nos teus seios prateados

Que durante a noite procuram os meus lábios…

Meus lábios… amordaçados,

 

Se eu pudesse,

Escrevia no teu corpo invisível das nocturnas noites em desejo,

Quando da janela do teu olhar

Regressam a mim as Primaveras em flor,

E num silêncio beijo

Erguia do chão as lágrimas de chorar,

E todas as palavras semeadas no teu púbis amanhecer,

 

Se eu pudesse,

Cantar, escrever, sonhar… ou voar na tua boca,

O sol que te vou dar,

O luar que em ti vou poisar,

Se eu pudesse adormecer,

Apenas…

Enquanto as sílabas estonteantes

Brincam nesta pequena folha em papel amarrotado…

 

Ai se eu pudesse…

Colher todas as flores deste jardim

E libertar todos os pássaros aprisionados,

Abraçar-te,

E por fim,

Pincelar o teu corpo com os poemas da madrugada,

 

Se eu pudesse, enfim…

Tudo o que desejo,

Tudo…

Sem mais nada,

 

Do sonho, acordava…

E tudo o que eu queria,

Que eu sonhava…

Já o faço,

Faço-o a cada dia.

 

 

 

Alijó, 02/02/2023

Francisco

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