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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


27.09.13



foto de: A&M ART and Photos


 


Acredito que o Sol voltará a brilhar nas íngremes encostas mergulhadas nos seios mendigos do rio mais belo do Universo, acredito que a chuva das vindimas transformar-se-á em pequenos balões de hélio sobrevoando as lâmpadas do silêncio como xistos em revolta, acredito que todas as grades em aço que cercam as prisões brevemente acordarão vestidas de botão de rosa, de muitas cores, e em pétalas poeira cintilando nas mãos tuas madrugada


Liberdade?


Liberdade...


Viver como um pássaro e voar como um barco cambaleando sobre as ondas sonoras dos poemas de AL Berto, do cimo da montanha e em pétalas poeira cintilando nas mãos tuas madrugada, ele revestido a prata, ele sorrindo, poisando o desejo sobre a mão dela,


Acredito que as nuvens vão ser de algodão, leves, leves como os círios da Igreja onde me esperas quando eu morrer, e sem lágrimas, e sem demandas... acreditarás que eu vou voar e que mais tarde... mais tarde nos encontraremos junto a uma mangueira, e sobre nós sombras de cacimbo e o latejo dos mabecos felizes por


Acreditares,


No futuro, na liberdade, nas grades em aço que transformar-se-ão em rosas, rosas, rosas com lábios encarnados,


Perfumadas pois então,


Nós


Felizes


E viveremos nas encastradas encostas da chuva em vindimas de pergaminho, ouvem-se os pais beijarem os filhos, vêem-se as mães acreditarem nas alegrias dos filhos, ouvem-se os arbustos despedirem-se do ferrugento barco em suspiros profundos


Fundeando há vinte anos..., afundam-se e gritam


Os outros,


Liberdade, acredito que as flores vão ser de papel, e que dos meus livros, e que dos meus livros acordarão todas as personagens que vivem em mim, estas há mais de vinte anos, e no entanto, não tão ferozes como as outras,


Tudo servia para comer,


O quê?


Tudo, tudo... e até as pedras acreditavam no medo...


O medo?


Em capa dura, do amarelo sobressai o peso de um corpo em ziguezague, sonolento, o título é em oiro futuro, e ele


Embrulhado em plumas de cetim


Acreditava que “O medo” não tinha medo,


Acredito que com a trovoada vêm as sílabas palavras com pele sedosa, e das caricias de uma gaivota, ele


Acredita,


Acredita que o mar é de todos, que o Sol iá nascer para todos


(enquanto hoje, apenas alguns dementes têm o prazer de o ver)


Nunca vi o Sol, não sei como é o Sol...


Mas acredito que existe, que vive, sorri...


(Perfumadas pois então,


Nós


Felizes


E viveremos nas encastradas encostas da chuva em vindimas de pergaminho, ouvem-se os pais beijarem os filhos, vêem-se as mães acreditarem nas alegrias dos filhos, ouvem-se os arbustos despedirem-se do ferrugento barco em suspiros profundos


Fundeando há vinte anos..., afundam-se e gritam


Os outros),


Não sabem que a chuva das vindimas é uma mulher nua abraçada a cachos de uva, em seu redor, um louco grita,


Acreditar,


E eu, que apaixonei-me pela chuva...


Acredito.


 


(Não revisto)


@Francisco Luís Fontinha – Alijó


Sexta-feira, 27 de Setembro de 2013


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