04.06.22
Percebo que a planície do desejo
É apenas uma equação em delírio,
É uma estrutura envenenada
Pelo vento madrugada;
Percebo que a planície do desejo
É uma contante cansada,
É uma pedra em movimento,
É a sombra na calçada.
Percebo que nas tuas mãos
Brincam os pássaros em papel
Que o destino deixou ficar;
Percebo.
Percebo que esta planície do desejo
É a palavra amar…
É apenas vontade de viver.
Percebo.
Percebo que na planície do desejo
Habitam os teus lábios em combustão,
Habita a palavra, habita o solstício de Verão
Quando ao longe, do mar, vem o meu esqueleto…
Percebo que na planície do desejo;
Também habitam os meus poemas de merda.
Habitam os meus desenhos de merda.
Também habita o teu olhar sereno, também habitam as tuas mãos de amar.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 04/06/2022