30.03.23
Peço ao meu último cigarro
(banhado a prata e com as insígnias: L&F)
Peço ao meu último cigarro,
Travestido de bala,
Que antes de perfurar o meu esqueleto de sono,
Faça com que a madrugada se pincele de noite,
Escura,
Fria,
Cinzenta,
E muito fria
E muito cinzenta e muito escura...
E muito fria.
Peço ao meu último cigarro
(após Deus ter desertado da Armada)
Que me traga os fósforos,
As palavras das cinzas dos livros entre névoas de medo
E outras tantas palavras,
Palavras de merda,
Palavras de Deus,
Homem integro,
Homem da farra…
Palavras
Na palavra.
Se nascer menino…
Será trapezista,
Se nascer menina…
Será Deusa das palavras & Afins da madrugada, Limitada…
Com sede na Rua do Alegrim,
Trezentos e quatro…
Mil e quinhentos – trezentos e dois…
Lisboa.
Alijó, 30/03/2023
Francisco