29.09.22
Somos pequenos farrapos junto á lareira,
Inúmeras folhas amarrotadas,
Somos palavras,
Somos corpos em poeira,
Somos fotografias poisadas no nada,
Somos espelhos que habitam a noite cansada,
Abraça o teu filho
Enquanto o tempo te pertence,
Somos um rio sempre a correr,
Somos músicas das paisagens lunares,
Somos a maré e todos os mares…
Somos corpos a envelhecer,
Somos árvores que tombam no chão,
Somos guerra, somos canção,
Somos pedacinhos de mar,
Barcos aprisionados,
Somos esqueletos, uns amados, outros… desamados,
Somos livro, somos o silêncio de amar,
Somos nuvem, somos foguetão…
Somos pequenos farrapos na palma da mão,
E se não abraçares hoje o teu filho…
Amanhã, ele, pode ser apenas um pedacinho de saudade.
Alijó, 29/09/2022
Francisco Luís Fontinha