16.10.22
Da noite fria
Chegam a mim as tuas pinceladas lágrimas.
Trazes nas mãos as flores da tristeza,
Em voos contínuos, pequenas palavras,
Que o vento eleva até ao sofrimento,
Na noite fria
O infinito adeus,
A calçada morre, o rio foge e sobe a montanha,
Não me dês a alegria,
Não quero esta noite fria
Sobre os meus ombros em sofrimento.
E depois do adeus, e depois da saudade,
O terrível infinito em trágicas madrugadas,
E o silêncio emerge
Nos plátanos envenenados pela neblina,
Sofrem, as andorinhas em flor.
E na noite fria
Que se alicerça ao meu corpo dissecado pelo teu olhar…
Esta temida pedra,
Com os olhos postos no mar,
E há uma canção que grita,
Uma palavra que chora
Nesta noite fria;
Adocicado beijo,
Antes de acordar.
Alijó, 16/10/2022
Francisco Luís Fontinha