27.01.21
Oiço destas pedras frias e sonolentas
Todas as palavras de amor.
Escrevo todas as palavras cinzentas
Que habitam no jardim verso flor.
Pincelo os teus lábios de amêndoa adormecida
Quando acorda o amanhecer,
- Eis o perfume de mim, poesia perdida
Na esplanada do adormecer.
Os versos que dormem na tua mão,
Corpo cansado das palavras envenenadas,
Quando acordam, os livros e, sobre o chão
Uma fina película de nada.
Que vergonha, as pedras cansadas,
Quando choram na calçada.
Francisco Luís Fontinha, Alijó-27/01/2021