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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


30.10.12

Às areias clandestinas da tua cama


os braços de silêncio


nas doces rosas que transpiram tua dor


os cansaços diversos


amargos


doidos quando os sentidos fictícios correm nas esplanadas da fome


cansaços teus lábios ou desejo


dos gemidos tua boca,


 


Às areias clandestinas


onde dormem os beijos abraços


da tua cama amargos traços


que o tempo inventa em loiras meninas,


 


Às areias clandestinas da tua cama


o submerso pedaço de xisto enferrujado nas oliveiras apaixonadas


os barcos os barcos em sítios proibidos pelas palavras cansadas


do prazer corpo teu delírio em chama,


 


Ardente


a tua singela cama


à areia clandestina que sente


os verdes olhos do mar que ama,


 


Às areias clandestinas da tua cama


os versos meus apenas com carícias na tela teu corpo de chocolate


as coisas belas


as rosas amarelas


que do jardim do amor crescem como palavras na boca minha gente


tão feliz eu contente


com o significado inexplicável do prazer de quem não sente


o prazer de sentir as coisas belas da minha amante.


 


(poema não revisto)

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