11.10.21
Descia sobre mim
A velocidade do sono.
Dos cortinados da ausência,
Percebia-se que a tarde se iria suicidar
Na manhã transeunte de Inverno,
Saltitando de maré em maré,
Pulando os socalcos do inferno,
Até encontrar o mar.
Estava escrito na minha infância,
Que uma cidade rabugenta
Subia a montanha,
Até beijar a boca que alimenta
A fome trapézica do veneno… ou a morte de Zeus.
E corria
Na sombra magenta que apanha
O cansaço de Deus,
Que tudo ele podia,
Que tudo era apenas uma cidade ardida,
Que tudo ele sentia,
Sentia a dor da mãe ferida.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 11/10/2021