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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

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19.05.18

O burro morreu. Paciência, dizem uns, coitado, dirão outros, mas eu é que o perdi e é a mim que faz falta.


 


Em homenagem ao meu burro falecido…


 


Tinhas a alegria da paixão.


Todas as madrugadas, ouvia os teus sons melódicos da fome matutina,


Sentia-te nos teus aposentos, rosnavas como um cão e uivavas como um lobo, com só tu o sabias fazer,


Lias os livros perdidos comigo,


Escrevíamos lado a lado na secretária de madeira,


Com cheiro a poeiras e outros cheiros…


O Ópio abafava-nos, levava-nos aos confins do Universo, comíamos cenouras, bebíamos uísque de Sacavém…


E tinhas sempre um sorriso na algibeira.


Todas as flores eram nossas,


E, o quintal perdido na imensidão do desejo…, contiguas aos pássaros das árvores de brincar,


Sempre no desejo, de um dia, seres eterno como eu.


 


 


Francisco Luís Fontinha


Alijó, 19 de Maio de 2018

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