18.08.21
Abraçava-se à lua
Quando a noite dormia na montanha e,
Os seios de um rio
Em pedacinhos de sorriso
Fatiava o luar em finíssimas lâminas de desejo.
Pegava nas palavras mortas
Do texto suicidado pela neblina,
(Ai, menina,
Menina da ilha adormecida.)
Folheava cada pétala de prazer
No abraço das pequeníssimas sílabas…
Dos livros, observava o mar,
O mar a arder.
Abraçava-se à lua
Quando a noite embriagada,
Triste
Nua…
Acorrentava à madrugada
A ilha adormecida,
Da menina,
Da menina mimada
À menina despida.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 18/08/2021