03.08.22
São estas mãos
Que alimentam a enxada da preguiça,
São estas as mãos
Que habitam as flores da madrugada,
São mãos
De tudo,
São as mãos de quase nada.
São estas mãos
Que escrevem na alvorada
O cansaço do luar,
São estas, as tristes mãos,
As mãos de rezar.
São estas mãos
Que alimentam a enxada da preguiça,
São estas as mãos
Que o pecador ergue para altar…
São estas, são estas as mãos,
As mãos de matar.
São estas mãos
As tristes mãos de amar,
São estas as mãos,
As mãos de mar…
Das mãos de luar.
São estas mãos,
As envenenadas mãos de caminhar,
São estas as mãos,
As mãos de enforcar.
São estas mãos,
As mãos do criador,
São estas as mãos, as mãos de dor.
Alijó, 2/08/2022
Francisco Luís Fontinha