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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


29.06.16

Entre as linhas do silêncio


As ânforas madrugadas sem mim


O óbvio segredo das serpentes de granito


Antes do regresso do pôr-do-sol…


A limalha lágrima


Sufocando o rosto da Princesa


Os limites da equação do desespero


Voando sobre os telhados envidraçados


Das mulheres desejadas


O beijo feitiço


Os lábios denegridos da solidão dos dias embriagados


Que apenas eu consigo observar numa cidade sem nome…


Entre carris de esperma


A locomotiva da solidão


Descendo a montanha


Os apitos da loucura


Nos lençóis esquecidos numa qualquer cama


Desertas ruas envenenadas


À porta do cinema…


Simplifico-me


Travisto-me


E para nada…


Não passo de um sonâmbulo


Filho da alvorada.


 


Francisco Luís Fontinha


quarta-feira, 29 de Junho de 2016


27.06.16

Sempre que te encontro


Desencontro-me


Ausento-me da sombra


Que cobre a tua boca


E alicerçam-se as palavras à madrugada


Sempre que te encontro


Desencontro-me


Como um relógio sonâmbulo nas mãos de uma aranha…


O segredo da partida


Levando as coisas supérfluas da vida


Que só tu sabes saborear…


Sempre que te encontro… desencontro-me


Neste labirinto de xisto


Onde habito


Onde escrevo


Todos os desencontros


De quando te encontro…


 


Francisco Luís Fontinha


segunda-feira, 27 de Junho de 2016


26.06.16

saltar


inventar a escuridão das palavras de brincar


sofrer


morrer


nas sílabas do silêncio desejado


sem dor


com o medo de acordar


e saber que no mar


um corpo magoado


pernoita na maré


saltar


e não encontrar a âncora da tristeza


sempre que os dias dormem


e as manhãs sentem a pobreza…


do riso


do esquecimento…


sempre


saltar


para o abismo de morrer…


quando o olhar se despede do sofrimento


 


Francisco Luís Fontinha


domingo, 26 de Junho de 2016


24.06.16

Habito neste poço


Mergulhado na escuridão,


Sinto o abraço do fantasma de cartão


Que foge da algibeira do moço…


Sem saber o significado do amor,


Ou da razão


De amar,


De ser amado,


O deslumbrante cidadão…


Aconchegado


Ao sorriso de algodão


Que alimenta a dor


E o cansaço da mão…


Esfuma-se no silêncio do mar.


 


Francisco Luís Fontinha


sexta-feira, 24 de Junho de 2016

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