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Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...

Cachimbo de Água

Blog de Francisco Luís Fontinha; poeta, escritor, pintor...


11.07.15

Não sabes o que é a dor,


Meu amor,


Quando o cansaço se embrulha na branca geada,


E ao longe,


Uma tempestade com o teu nome,


Invade a cidade imaginada,


Não sabes…


Meu amor,


O significado da alegria,


Dos cinzeiros de nuvem junto ao Pôr-do-Sol,


É noite,


Cai sobre ti o tecto da saudade,


Abres a janela,


Gritas pelo mar,


E o mar deita-se no teu corpo,


Sem medo,


Sem medo de não regressar,


Sem medo das minhas palavras


Escritas no teu olhar…


 


Francisco Luís Fontinha – Alijó


Sábado, 11 de Julho de 2015


08.07.15

No corredor aglomerados de aço


Cadáveres de barcos


Braços


Sombras de amor embalsamadas


Passeando na réstia manhã adormecida


Lá fora o mar entranhado nas ervas esquecidas pelo Criador


Chove


Há nas quatro paredes invisíveis


Gotículas de uma lágrima sem nome



Em direcção ao infinito


Os gemidos


A fome disfarçada de noite


Lá fora o mar


Pintado no térreo pavimento da dor


Não há palavras


Poemas


Textos


Nada


Nada


No corredor


Aglomerados


Aço


Enferrujado


Velho


Sem saber a que cidade pertence


A idade


A idade em corrida


Tropeça na Calçada


Dorme


Acorda


E finge…


Finge não ter medo da madrugada.


 


Francisco Luís Fontinha – Alijó


Quarta-feira, 8 de Julho de 2015


04.07.15

Não consigo abrir esta sangrenta janela,


A luz morre nos teus braços,


Será este o meu último olhar?


Será esta a minha última janela?


Não consigo olhar-te,


Não sou capaz de adormecer no teu cansaço,


Tenho medo do teu sono,


Tenho medo da noite vestida de morte,


Pareces o mar em sonolência dor,


Sem sorte,


Sem abraço,


Mendigo sem nome,


Mendigo sem vida,


No sofrimento,


Em movimento…


Na viagem sem regresso.


 


Francisco Luís Fontinha – Alijó


Sábado, 4 de Julho de 2015


 

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